O que analisou o problema do crime organizado sugeriu aumento da pena máxima e permissão para que policiais se infiltrem em redes sociais

Juristas e especialistas de diversas áreas deverão finalizar até novembro relatórios propondo à Câmara dos Deputados uma série de mudanças na legislação brasileira. Os relatórios são o resultado de oito grupos de trabalho criados pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia, para contribuir com o processo legislativo em temas prioritários para a sociedade.

Segundo a Presidência da Câmara, 4 dos 8 grupos de trabalho já finalizaram seus trabalhos e apresentaram anteprojetos que, após adequações de técnica legislativa, poderão ser adotados por parlamentares.

“Contar com pessoas que conhecem profundamente essas legislações, que vivem isso no dia-a-dia, é uma forma de abrir ainda mais a Casa à participação popular, permitindo a indicação de possíveis soluções para problemas que afligem a sociedade brasileira”, explica a chefe de gabinete da Presidência da Câmara, Cássia Botelho.

Crime organizado

Um dos grupos que já encerrou os trabalhos analisou o problema do crime organizado e foi presidido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O texto final foi entregue a Maia e ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, no dia 8 de maio.

O grupo propôs dois projetos de lei (10372/18 e 10373/18) abrangendo medidas investigativas, processuais e de regime de cumprimento de pena para envolvidos com tráfico de drogas e armas no País. Segundo Maia, os projetos poderão ser votados ainda neste ano.

Entre as principais alterações estão:

  • O aumento da pena máxima de privação de liberdade de 30 para 40 anos;
  • A classificação do tráfico de armas e da posse ilegal de armas de uso proibido como crimes hediondos;
  • O regime disciplinar mais rígido nos presídios para integrantes de quadrilhas;
  • O incentivo à colaboração de cidadãos comuns e à infiltração de policiais em redes sociais para denunciar e investigar o crime organizado; entre outras.

Improbidade administrativa

O grupo presidido pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Mauro Campbell Marques também concluiu as atividades, após analisar, entre fevereiro e junho, a Lei de Improbidade Administrativa (8.429/92), que prevê punição para quem enriquecer ilicitamente ou obtiver vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo público. O anteprojeto entregue em junho trata da prescrição dos crimes; da gradação das penas de improbidade; e da legitimidade de propositura das ações.

Também entregaram relatórios com sugestões de mudanças na legislação o grupo de trabalho coordenado pelo economista Flávio Camargo Schuh, que debateu a legislação social brasileira, e o grupo de trabalho que analisou mudanças no modelo brasileiro de tributação da renda corporativa (tributação do lucro empresarial e imposto sobre dividendos).

Deverão ainda apresentar relatórios:

  • O grupo presidido pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas, que se debruça sobre a gestão governamental e o sistema de controle da Administração pública, visando, por exemplo, incentivar a performance de agentes públicos e para combater ilicitudes administrativas;
  • A comissão que analisa a Lei de Entorpecentes (11343/06) e o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas;
  • A grupo que deverá propor uma agenda para as instituições de ensino superior do País, presidido pelo especialista Roberto de Souza Salles, médico, professor e ex-reitor da Universidade Federal Fluminense; e
  • A único grupo de trabalho misto (deputados e especialistas) que analisa a situação atual do mercado de debêntures no Brasil. Ele e coordenado pelo deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) e pelo Dr. Ary Oswaldo Mattos Filho.

As propostas dos grupos de trabalho serão analisadas pelas duas casas. Informação Agência Câmara.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here