Segundo ministro-chefe da Casa Civil, será feita a apresentação de um texto sobre a reforma a Bolsonaro até o fim da semana

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta terça-feira (15) que o governo só vai fechar a proposta de reforma da Previdência após viagem do presidente Jair Bolsonaro a Davos, na Suíça.

“Antes de ele embarcar ele vai assistir a uma apresentação. Ele vai para lá com isso na cabeça, vai receber textos, vai pensar, vai maturar. Quando ele voltar a gente vai conversar e eu acho que ele vai bater o martelo”, disse o ministro.

Há 15 dias no cargo, Bolsonaro realiza no próximo fim de semana sua primeira viagem internacional. Em Davos, na Suíça, ele participa do Fórum Econômico Mundial, evento anual que reúne a elite econômica e política mundial em resort nos Alpes suíços.

A expectativa inicial era de que ele participasse do evento já com a proposta consolidada. Segundo relatos feitos à reportagem por pessoas próximas ao assunto, há divergência entre as equipes econômica e política do governo em torno da profundidade do texto.

Uma das dificuldades, por exemplo, se dá em torno da proposta de reforma que envolva os militares, que resistem a serem incluídos no projeto em discussão. Capitão reformado do Exército, Bolsonaro tem sete ministros militares além de seu vice, o general Hamilton Mourão.

Enquanto o ministro Paulo Guedes (Economia) quer modificações mais robustas, políticos defendem uma visão mais branda do texto. O assunto será arbitrado por Bolsonaro, que já deu declarações recentes sobre mudanças nas regras de aposentadoria que pegaram a equipe econômica de surpresa.

Segundo Onyx, será feita a apresentação de um texto sobre a reforma a Bolsonaro até o fim da semana.

As mudanças na Previdência são vistas como cruciais para o governo, que tem entre outros desafios a previsão de um deficit fiscal de R$ 139 bilhões para 2019.

Segundo o ministro, na sequência o governo quer ainda implementar uma reforma tributária, velha promessa dos últimos ex-presidentes.

Bolsonaro deve embarcar no próximo domingo (20) e retorna ao Brasil no dia 25, às vésperas da realização de uma cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia. Trata-se da terceira operação a qual será submetido em decorrência de uma facada sofrida durante a campanha eleitoral.

A cirurgia está marcada para 28 de janeiro em São Paulo, poucos dias antes do início das atividades do Legislativo, no dia 1º de fevereiro.

Bolsonaro deve ser a figura de destaque em um jantar oferecido pelo Fórum Econômico Mundial na noite do próximo dia 23. Além do dirigente brasileiro, o jantar fechado para convidados reunirá os presidentes Iván Duque (Colômbia), Lenín Moreno (Equador), Martín Vizcarra (Peru) e Carlos Alvarado Quesada (Costa Rica), com apresentação do CEO da Microsoft, Satya Nadella, sob o tema “Um futuro centrado em humanos para a América Latina”.

O presidente viajará com uma comitiva de quatro ministros: Sergio Moro (Justiça), Guedes, Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Augusto Heleno (GSI). Segundo Onyx, a presença de Heleno será pelo ‘dever de ofício’ de garantir a segurança do presidente.

A organização do fórum divulgou nesta terça (15) detalhes da 49ª edição do evento criado por Klaus Schwab para debater os rumos da economia e política global. Além de Bolsonaro, cerca de 60 chefes de Estado ou governo estarão presentes na cidade suíça, incluindo os premiês do Japão, Shinzo Abe, e de Israel, Binyamin Netanyahu, que acaba de se reunir com Bolsonaro no Brasil.

Com informações da Folhapress.

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