A 36ª fase da Operação Lava Jato cumpre 18 mandados judiciais, sendo 16 de busca e apreensão e dois de prisão preventiva, em cidades do Paraná, São Paulo e Ceará

A ação foi batizada de Dragão, em referência aos registros na contabilidade de um dos investigados. Ele chamava de “operação dragão” os negócios fechados com parte do grupo criminoso para disponibilizar recursos ilegais no Brasil a partir de pagamentos realizados no exterior, segundo a Polícia Federal.

Dois alvos da 36ª fase da Lava Jato, deflagrada na manhã desta quinta-feira (10), lavaram mais de R$ 50 milhões para diversas empreiteiras investigadas na operação, segundo o Ministério Público Federal (MPF). Entre elas, estão a Mendes Junior, a UTC e a Odebrecht.

Os investigadores dizem que, depois de informações colhidas com delatores e com a quebra dos sigilos báncário e fiscal dos alvos Adir Assad e de Rodrigo Duran, ficou claro que eles participaram ativa e continuamente do esquema criminoso envolvendo a Petrobras.

Segundo os procuradores, a dupla usou contas bancárias no exterior, empresas de fachada e contratos falsos para desviar e lavar dinheiro. Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (10), em Curitiba, o procurador Roberson Henrique Pozzobon explicou mais sobre o esquema.

“A empresa transferia para o escritório e o advogado Rodrigo Tacla Duran sacava e devolvia parte para a própria empreiteira. Nnisso, você obtém o dinheiro, a disponibilidade financeira para todos os fins ilícitos para pagar funcionários públicos, para pagar agentes políticos. É nesse momento que se gera o famigerado e muito comentado caixa dois”, disse.

A força-tarefa da Lava Jato explicou ainda que empreiteiras usaram empresas de Rodrigo Duran no exterior para gerar recursos e pagar propina no Brasil. Ainda conforme o Ministério Público Federal (MPF), só a UTC e a Mendes Junior repassaram mais de R$ 34 milhões ao operador entre 2011 e 2013.

Os investigadores ainda acreditam que Duran tinha contratos com a Odebrecht. A suspeita é a de que Duran tenha trabalhado por anos no setor de propinas da Odebrecht e tenha operado pelo menos 12 contas no exterior.

Há um mandado de prisão preventiva aberto contra Duran, que está no exterior desde abril. Ele tem cidadania espanhola e seu nome foi incluído na lista da Interpol em setembro.

O outro alvo da operação, o lobista Adir Assad, já está preso na carceragem da PF, em Curitiba. Para os investigadores, ele “agia em sintonia” com Duran para cometer os crimes.

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