O que vimos nestas eleições foi o elevado número de abstenções, votos nulos e brancos. De fato, o pleito foi local, mas o fenômeno nacional. 

Um documento importante, mas que precisa ser bem usado.
O recado das urnas em termos de abstenções, votos brancos e nulos, foi dado para os políticos se dizem preocupados. Esta é a prova de que o povo quer mudança. É preciso dar respostas aos eleitores com ações e atitudes politicamente corretas. Os políticos, na verdade, deveriam estar preocupados em descobrir como conseguir conquistar esta legião de desinteressados ou insatisfeitos com a política partidária. 

Em Caucaia-CE, estamos falando de mais de 213 mil pessoas, sendo que a abstenção passou dos 15% (32,841) e brancos e nulos mais 15,49% (27.908). Ou seja, mais de 30% se negaram a entregar o tal “voto de confiança” a qualquer um dos 6 candidatos a prefeito. Portanto, a soma dos que não votaram ou protestaram por meio do voto branco ou nulo (60.757 mil pessoas) é a metade que a soma da votação dos dois candidatos que disputam hoje o segundo turno das eleições.

O desempenho nas zonas eleitoras em Caucaia foi equilibrado. Enquanto a Seção 479 (E.E.F. Vicente Torquato de Araujo) da Zona Eleitoral 37ª teve a menor abstenção 4,58%, a 531 (E.E.F.M. José Maria Pontes da Rocha) teve a maior 28,38%. Nas outras zonas eleitorais tivemos os respectivos números: Zona 120ª, Seção 407 (E.E.I.E.F. Antonio Braga da Rocha) 4,41% e Seção 80 (E.E.I.E.F. José Nunes de Miranda) 29,79%, Na Zona Eleitoral 123ª, Seção 488 (E.E.I.E.F. Francisca Alves do Amaral) 5,41% menor e 351 (E.E.I.E.F. Economista Rubens Vaz da Costa) 24,61%, maior.

O desinteresse não é pela política, mas pelo sistema eleitoral vigente e o produto dele, ou seja, a atual classe política. Pelo contrário, nunca a política gerou tanto interesse ao brasileiro. Tanto que muitos de nós passam boa parte do tempo agredindo-se mutuamente nas redes sociais.

O fato é que na política partidária as mudanças ocorrem de fora para dentro. A conclusão óbvia, portanto, é que o que se vê na política nacional, neste momento, é uma movimentação no sentido de produzir mais um engodo à opinião pública. Soma-se a este fato de que não é novo sobre uma eventual reforma política. Reforma que, se acontecer, será outro remendo eleitoral provavelmente, no máximo, reduzindo o número de partidos. O que não produzirá rigorosamente nenhuma melhora real, do ponto de vista das expectativas da população votante. Seja da parcela que ainda escolheu algum candidato em outubro ou da turma que se negou a participar do pleito.

Mas ainda há esperança. Deste cenário, por enquanto, de falsa transformação da política nacional, há de surgir algo realmente novo. Lideranças que, de fato, estão interessadas em melhorar a vida das pessoas e não somente a própria existência. É possível que mesmo uma minoria dos políticos tradicionais perceba que há mercado eleitoral para políticos éticos, de verdade.

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