Na primeira reunião do Conselho Político em 2012, Dilma Rousseff e equipe dizem que plano de crescimento tem foco em investimentos e pedem apoio. Aviso antecede cortes no orçamento que sacrificarão gastos propostos por parlamentares. Segundo Guido Mantega, ‘sucesso’ do governo é ‘compartilhado’ politicamente. Para Dilma, disputas municipais não podem desunir partidos.
 

Preocupada com potenciais impactos, que considera negativos, do espírito eleitoral de seus aliados, este ano, nos rumos econômicos e políticos do governo, a presidenta Dilma Rousseff reuniu-se, nesta terça-feira (14), com dirigentes e líderes de partidos governistas para dar recados importantes.
 
Na economia, quer apoio a um plano pró-crescimento que prioriza investimentos e programas sociais, mas implicará um grande corte no orçamento – parte dos gastos propostos pelo Congresso será sacrificada – e uma postura contrária a qualquer tentativa parlamentar de elevar despesas.
 
Na política, espera que as disputas eleitorais não levem os partidos a se engalfinhar e se afastar uns dos outros, o que atrapalharia a vida do próprio governo, já que sua base de apoio ficaria desunida no Congresso.
 
De quebra, Dilma aproveitou a reunião do chamado Conselho Político para demonstrar, mais uma vez, sua crescente obsessão com “gestão”, ao determinar à ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) que apresentasse aos aliados o sistema de monitoramento em tempo real de obras e ações federais.
 
A perspectiva é que o mundo cresça menos do que em 2011, mas o governo aposta que conseguirá nadar contra a corrente e fazer o PIB brasileiro avançar de 4% a 5%, mais do que os cerca de 3% de 2011.
 
Na avaliação do governo, os aliados precisam acreditar e apostar que o plano dará certo porque todos ganham. Eles, aliados, podem, por exemplo, explorar os resultados econômicos nas eleições. “Para os congressistas, principalmente da base, o que interessa é esse sucesso. Ele é compartilhado. Eles [os partidos aliados] são parte desse sucesso”, disse o ministro da Fazenda.
 
“A parceria entre governo e Congresso é central para o sucessso”, reforçou a ministra-chefe das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, na entrevista com Mantega. Mas há risco, na avaliação de Dilma e sua equipe, que as eleições municipais de outubro atrapalhem o “sucesso” geral. Como é natural na política, todos os partidos têm ambições de avançar e conquistar mais prefeituras. E isso pode colocar em trincheiras inimigas municipais aqueles que, em Brasília, são aliados, tudo o que não interessa à presidenta.

A presidenta avisou que não vai permitir que os partidos usem a máquina pública para ganhar votos.

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