O gigante asiático gastou, apenas em 2020, US$ 98,1 bilhões de dólares em importações de alimentos. Resultado desse movimento de compras veio em forma de inflação mundial

De acordo com as projeções do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a China, o gigante asiático, vai controlar 69% das reservas de milho de todo o mundo já no primeiro semestre de 2022, além de 60% das reservas de arroz e 51% do trigo, um acúmulo em cerca de 20 pontos percentuais nos últimos 10 anos.

Por serem projeções do maior adversário dos chineses, a afirmação poderia ter um viés suspeito. No entanto, a “fome” do país asiático é comprovada por declarações vindas do próprio governo chinês.

“A China detém atualmente um estoque de alimentos em níveis historicamente altos […], que consegue responder a uma demanda equivalente a um ano e meio”, afirmou no último mês de novembro Qin Yuyun, responsável pelo departamento de cereais da Administração Nacional de Alimentos e Reservas Estratégicas de Pequim.

A China gastou, apenas em 2020, US$ 98,1 bilhões de dólares em importações de alimentos, de acordo com os dados da Administração Geral e Alfandegária do país asiático.

De janeiro a setembro de 2021, Pequim reforçou as suas reservas nos maiores níveis desde 2016 comprando mais soja, milho e trigo, entre duas a doze vezes mais que Brasil e EUA, por exemplo.

O acúmulo de reservas de alimentos do governo Chinês gerou aumento dos preços e disparada na inflação mundial

O resultado desse acúmulo de reservas de alimentos da China veio em forma de inflação: segundo os dados da Agência para a Alimentação e Agricultura da ONU, os preços dos alimentos dispararam 30% no ano em todo o mundo. Em novembro, o índice alimentar das Nações Unidas voltou a registar um novo máximo de 10 anos.

“A acumulação da China é uma das razões para o aumento dos preços”, afirmou Akio Shibata, presidente do Instituto de Investigação de Recursos Naturais de Tochigi.

Flavia Marinho – 04.01.2022 – Economia, Negocio e Politica

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