Defesa do empresário nega acordo, mas ele chegou a afirmar, antes de ser preso, que passaria Brasil a limpo

Depois de ser preso, na última segunda-feira (30), acusado de pagar propina ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral, dentro de um esquema que ocultou milhões de reais no exterior, Eike Batista falou com alguns repórteres e chegou a dizer, antes de embarcar de Nova York para o Brasil, que iria passar o país a limpo.

Desde então, especulações sobre uma possível delação do empresário rondam os corredores de Brasília.

No entanto, o advogado de Eike Batista, o criminalista Fernando Martins, reafirmou, na tarde de terça-feira (31), que ainda não definiu se o empresário irá fechar acordo de delação premiada. “A princípio não há possibilidade de delação”, disse Martins.

Veja lista das possíveis relações que podem ser detalhadas por Eike aos investigadores da Lava Jato.

Entre elas está a contratação da Termoluma, uma das usinas térmicas montadas para suprir o Nordeste de energia durante o apagão, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso.

O empresário também teria sido auxiliado por políticos como José Sarney, Edison Lobão, Aécio Neves, além de Sérgio Cabral.

Também devem constar os inúmeros pedidos de ajuda feitos pelos emissários do PT para saldar as contas da primeira eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, e prontamente atendidos pelo empresário.

Além da remuneração ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa para levar ao porto do Açu um terminal de transbordo de petróleo, o que não aconteceu, e do acordo com o ex-presidente Lula para a venda de uma sonda petrolífera à Sete Brasil, que também não deu certo.

Também os negócios bem sucedidos de Eike junto ao governo, que envolviam o BNDES, o Fundo de Marinha Mercante e a Caixa Econômica Federal. Segundo ela, o empresário tinha a seu favor, atuando como lobistas, Guido Mantega, Fernando Pimentel e o próprio Lula.

No caso de Lula, o ex-presidente teria pressionado para que dirigentes da petroleira estatal russa comprassem a OGX. Já Dilma teria ligado para membros do governo da Malásia para sugerir que “era interesse do estado brasileiro” que os malaios comprassem a petroleira de Eike. Sob Dilma, o estaleiro X ganhou um contrato de construção de plataformas para a Petrobras.

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