A forte reação da velha cúpula do
Partido dos Trabalhadores às condenações de seus diletos “companheiros” pelo Supremo
Tribunal Federal revela muito mais que a simples e justa defesa pública de correligionários. 

Quando o ex-presidente Lula da Silva
passou a negar com veemência a existência do mensalão e praticamente atestar a
legitimidade do caixa dois nos partidos políticos, os brasileiros assistiram o
transfigurar dos antigos discursos, tudo em nome da manutenção do poder,
passando a respaldar esse “novo estatuto” com ações populistas pedestres.
Lula e o PT começaram a justificar e
perdoar a corrupção quando praticada em nome de uma “causa”, ainda que quase
ninguém tenha noção de qual seja ela e a quem possa servir.
Hoje, quando o Ministério Público e os
ministros da Suprema Corte utilizam expressões contundentes para classificar os
quadrilheiros petistas e a horda de bandidos que participaram do mensalão e dos
fartos desvios de recursos públicos, restou ao partido a tentativa de promover
alguma comoção na ala fanática, quiçá lunática! de sua militância, esperando
que esta faça uso de atos e movimentos públicos em prol dos futuros
“companheiros” presidiários. 
Querem até criar uma “caixinha” o
“caixa três”!, onde os filiados possam depositar dinheiro para ajudar a pagar
as multas milionárias estipuladas pelo STF, as quais o partido legalmente não
pode arcar. O mensalão existiu sim! Desnudou o verdadeiro PT e as práticas
mazelares desse partido onde colocou a mão para governar. Fisiológicos,
permissivos com a corrupção, ineficientes na execução de projetos básicos e
discursistas extremados. 
Enquanto tentam comprar a massa com
esmolas assistencialistas, abastecem os cofres partidários para sedimentar
palanques futuros.
Nada mais difere o PT dos tradicionais
partidos políticos e suas práticas criminosas. Aliás, há agora uma distinção:
políticos de alta cúpula condenados à cadeia por corrupção. 
O que temos, enfim, é uma osteoporose
política que abala de forma tétrica o ambiente democrático brasileiro. Despreparados
para a era digital e toda explosão horizontal da informação, não apenas o PT,
mas a maioria dos partidos trafegou por caminhos anacrônicos e, provavelmente,
sem volta. 
Desconsideraram o poder da formação de
opinião através dos meios virtuais. Por equívoco óbvio, ainda tentam lidar com
a mídia como a classe política fazia nos idos tempos do magnata Assis
Chateaubriand e permitiram que seus velhos caciques de uma ex-esquerda
brasileira protagonizassem, em nome do partido, das “causas” e das “lutas”, as
mais bizarras e bárbaras práticas da politicagem que corrói as estruturas
democráticas do país. 
Fique claro: nada justifica a
corrupção. Nem “causas”, nem “lutas”, muito menos sociologias tergiversas e
discursos vazios.
As condenações que brotam do STF são
legítimas e não há gritaria oficial do PT que possa desconstruir as merecidas
punições aos saqueadores da República. 
Como bem argumentou o colunista Merval
Pereira, em O Globo: “Na verdade, o PT tenta desqualificar as instituições que
ainda não conseguiu aparelhar”.
HELDER CALDEIRA é escritor, jornalista, apresentador de TV e comentarista político da
Rede Record.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here