Entre os partidos que estariam na lista presidente nacional da sigla, o senador Valdir Raupp (RO) – embora ele não confirme – estão o PP e o DEM, duas siglas que trabalham para não ter seu espaço ainda mais reduzido nas eleições deste ano, principalmente depois do surgimento do PSD. Secretário nacional do PP, Aldo Rosa concorda com Raupp sobre a necessidade de se evitar a proliferação de siglas, mas vê como um disparate a ideia da fusão.

Senador Valdir Raupp , presidente nacional do PMDB

O secretário-geral disse que se a iniciativa do PMDB for vista apenas como uma forma de reação contra a criação de partidos políticos sem nenhum controle, a ideia é positiva. “Esse problema se aprofundou com a criação do PSD, um partido sem ideologia. Se o PMDB estiver disposto a romper com essa lógica, tratando as fusões como uma forma de fortalecer os partidos no Brasil, sou favorável. Mas dizer que o PP vai fazer parte disso é outra história”, completou. 

 Também na lista das fusões, o DEM nega que esteja articulando uma fusão. De acordo com o vice-presidente nacional, José Carlos Aleluia, a sigla não teme perder espaço com a debandada de políticos para o partido de Kassab e acredita que o DEM sairá fortalecido das eleições deste ano, com a esperança de conquistar capitais importantes, como Salvador e Recife. “A fusão é um desejo do PMDB, que está cortejando a noiva, mas nós não temos nenhum interesse em se aliar a um partido que esta na base de sustentação do governo Dilma. Nosso projeto é alternativo”, disse. Ele concorda que existem muitos partidos sem ideologia no Brasil, mas afirma que esse não é o caso do DEM. “Nós temos proposta, temos posição e não vamos virar mais um cacho do Lula”.

Para o cientista político e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Marcus Ianoni, a fusão com o PMDB será mais fácil de ser aceita em partidos que não contam com um programa político consistente. “Acho que o interesse é maior nos partidos que têm pouca consistência ideológica, ou seja, nos partidos cujo programa não tem tanta diferença dos outros, partidos que são construídos mais para atender a interesses eleitorais de alguns grupos e pessoas do que para apresentarem projetos alternativos para o País”.

Segundo ele, é preciso haver uma redução da fragmentação política. “Há uma consciência, tantos nos grandes como nos pequenos partidos, que o quadro partidário brasileiro é fragmentado, tem 30 partidos, nem todos viáveis eleitoralmente e que há espaço para um rearranjo dessas siglas através de fusões. A criação do PSD trouxe essa consciência à tona”, concluiu.

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