O grupo controlador da JBS/Friboi, que, de acordo com Rubens Bueno, fez um
empréstimo de R$ 10 bilhões junto ao BNDES, dinheiro que pode estar sendo usado
na compra da Delta.

Humberto Costa preside a CPMI do Cachoeira
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle aprovou, nesta
quarta-feira, três requerimentos de informação nos quais pedem esclarecimentos
ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre sua
participação na possível compra da empresa Delta Construções pela Holding
J&F, controladora da JBS/Friboi, maior distribuidora de proteína animal do
mundo.
A empreiteira é suspeita de envolvimento nos negócios do bicheiro Carlos
Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Originalmente, os requerimentos
propunham audiência pública com o presidente do banco, Luciano Coutinho, que
agora deverá encaminhar os esclarecimentos por escrito. Os requerimentos foram
apresentados pelos deputados Fernando Francischini (PSDB-PR), Vanderlei Macris
(PSDB-SP) e Rubens Bueno (PPS-PR).
– É no mínimo estranho que uma empresa pública (BNDES) financie a compra
de uma empresa que teve um crescimento astronômico, sendo hoje a sexta maior
construtora do Brasil, além de ser a empresa que mais fatura com o Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) e tem hoje seus negócios e contratos
investigados por uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) e
pelo próprio Tribunal de Contas da União (TCU), que inclusive já apontou diversas
irregularidades em dezenas de contratos em diversos Estados da Federação.
Justamente as contínuas desconfianças sobre a idoneidade da empresa Delta, faz
com que haja total desvalorização das ações desta, se tornando um verdadeiro
prejuízo para os cofres públicos o financiamento da compra pelo BNDES – diz
Francischini.
Foco de investigação da CPMI do Cachoeira, a construtora Delta pode
ter sua venda paralisada nos próximos dias. O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ)
apresentou – e a Procuradoria-Geral da República endossou – o requerimento para
que o Ministério Público de Goiás impeça a venda da Delta para a J&F
Participações. Miro disse que a venda poderá dificultar a recuperação de
recursos públicos desviados pelo esquema de corrupção chefiado pelo empresário
Carlos Cachoeira. “Ainda há inquéritos em aberto, e não sabemos onde isso pode
chegar. É melhor que a Delta responda pelos desvios”, afirmou o parlamentar no
requerimento.
Em depoimento na CPMI, o delegado da Polícia Federal Matheus Mella Rodrigues,
responsável pela Operação Monte Carlo, disse que encontrou depósitos
da Delta para as empresas de fachada que lavavam o dinheiro obtido pela
organização de Carlos Cachoeira. Para Odair Cunha, não há dúvidas quanto ao
envolvimento do braço goiano da empresa com o esquema de Cachoeira. Cunha disse
que ficou claro, por exemplo, o envolvimento do ex-diretor da Delta no
Centro-Oeste Cláudio Abreu com o esquema.

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