Prestes a assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Carlos Ayres Britto afirmou nesta terça-feira que o processo do mensalão deve ser julgado ainda no primeiro semestre de 2012 e que, se isso não for possível, o tema não deixará de ser apreciado mesmo durante as eleições. 

“Temos a nítida compreensão de que há um processo eleitoral paralelo a partir de 6 de julho e vamos ver se conseguimos terminar esse processo antes (…). Se não for possível, os dois seguirão paralelamente”, disse. 

O ministro garante que colocará o mensalão na pauta tão logo seu revisor, Ricardo Lewandowski, libere o processo. Ele confia em um julgamento imparcial. “Vamos objetivamente analisar a prova dos autos e agir como sempre agimos: com imparcialidade, (…) sem faca nos dentes nem ramalhete de flores nas mãos. 

A sociedade quer juízes equilibrados, serenos, atentos a prova dos autos, e isso vai acontecer.” Para Ayres Britto, a Justiça deve ser sensível à opinião pública sem comprometer sua submissão à Constituição. “Tenho abertura para o novo, mas não o fashion. O fashion é passageiro, modismo. Eu gosto de perceber o que está conforme o modo de sentir a vida da população como um todo. E procuro auscultar os anseios coletivos para ver se eles comportam uma formatação jurisdicional fundamentada, tecnicamente fundamentada. Se isso for possível, é a conciliação do direito com a vida”, afirmou. 

Em 2007, o STF aceitou denúncia contra 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB), segundo o qual parlamentares aliados eram pagos para votar conforme os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. 

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