O Brasil deu um passo adiante com a Ficha-Limpa, criada para varrer do mapa eleitoral políticos que se meteram em falcatruas e foram punidos por colegiado. Estima-se que, nas próximas eleições, pelo menos metade deles já não passará na peneira da Ficha-Limpa. Em função disso, não poderão mais ser candidatos.

Sabe-se que essa medida profilática foi adotada porque, historicamente, outras instâncias falharam no processo de escolha dos candidatos: começando pelo próprio eleitor – sem a necessária consciência política para separar o joio do trigo – e chegando ao partido político – sem controle de qualidade na seleção de seus filiados.
Se o eleitor fosse exigente o bastante, com certeza o número de bandidos que prosperam na política seria bem menor. Mas não é. Assim, confere mandato a qualquer carreirista, muitas vezes sem se importar que esse mandato seja usado apenas para proteger do braço da lei o seu representante.
Os partidos políticos, em geral, têm uma lógica maquiavélica no recrutamento de seus filiados e candidatos. Eles simplesmente não se importam com o fato de que os candidatos tenham passado limpo, ou pelo menos coerência política. Basta que sejam potencialmente bons de voto. Ou de bolso.
O processo de depuração dos candidatos precisa avançar mais. Para tanto, faz-se necessário outro passo nessa caminhada, a fim de que seja criada a Ficha Limpa também para o partido político. Funcionaria assim, em resumo: o partido que tiver suas prestações de contas rejeitadas, ou que for condenado por colegiado por algum ilícito, como propaganda extemporânea, ficará terminantemente impossibilitado de apresentar candidatos nas eleições seguintes.
Se a lei já não admite mais que um candidato, isoladamente, tenha a ficha suja, por que terá que continuar aceitando que o partido (que reúne muitos candidatos) com ficha suja possa participar das eleições? Se o partido não foi capaz de administrar suas próprias finanças, ou não se comportou conforme a lei, como terá condição de cuidar das finanças e da administração de toda uma cidade, de um Estado ou do país, ou de zelar pela ética na política?  

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