Como cidadão nunca ligado a nenhum partido político, mas conhecedor da importância dessas agremiações para o povo, estou ficando preocupado com o que está sendo veiculado pela mídia nacional e até douradense nesse começo de 2012 (ano eleitoral), especialmente a luta árdua de políticos por apoios esdrúxulos. Pode se entender muita coisa por “Partidos políticos”, os quais são ou deveriam ser fundamentais para a democracia e proporcionar às comunidades nas quais atuam e estão vinculados, sejam cidades, estados ou países, ações para proporcionar as melhores condições possíveis de vida e trabalho para o povo.

Dentre várias definições do que seja um partido político tem-se a que os caracteriza como sendo um grupo organizado de pessoas que, estando legalmente constituído tem, dentre seus objetivos, a busca pela capacidade de influenciar o poder político de onde atuam, seja no executivo ou legislativo, seja municipal, estadual ou federal, mas sempre com o pressuposto de proporcionar benefícios ao povo. Essa “influência” tem sido constantemente desvirtuada, não sendo raro representantes do povo lutarem por anseios próprios. Será que é sonhar alto demais imaginar que um dia tudo isso mude?.
Tem-se, no entanto no momento atual, no Brasil e em nossa cidade, dentre os muitos problemas relacionados aos partidos políticos, dois grandes problemas que poderíamos destacar para que o povo efetivamente tenha aquilo que merece, ou seja, a existência de pessoas que lutem por eles. O primeiro desses problemas é que muitas pessoas se filiam aos partidos políticos em busca de ganhos pessoais, que podem variar desde benefícios materiais até simplesmente status pessoal. O segundo e, talvez ainda mais sério ainda que o anterior, pois pode ser inclusive a causa daquele, é que os princípios definidos pelos partidos, bem como sua ideologia, não são sempre seguidos.
Vale ressaltar que existe um termo que deveria ser sempre objeto de respeito nesse meio, que é “Fidelidade partidária”. Falando mais claramente, se algum filiado desrespeitar definições do seu partido deveria receber sansões, indo até sua exclusão do mesmo. Um exemplo que se pode dar é uma pessoa que, filiada a um determinado partido, desrespeita definições estabelecidas, como o não apoio a governo de outro partido, mas o faz em troca de benesses pessoais (cargos). Uma pessoa dessas deveria ser excluída de sua agremiação original.
A coisa aparentemente é ainda mais séria do que pensamos, pois até um determinado tempo atrás eu ainda acreditava que existia, no Brasil, um partido que ainda era fiel à suas origens e sua filosofia de ação. Hoje, aparentemente isso acabou (até para aquele partido que eu tinha como tal), pois diretrizes básicas não são seguidas de alto a baixo de sua hierarquia e até sua cúpula, nas mais variadas instâncias, apóia, em detrimento de pessoas eficientes, pessoas que rezam na cartilha do “é dando que se recebe” ou que, de forma cega, sempre obedecem aos caciques. Não é isso que o povo precisa e quer!
Continuo acreditando que os partidos devem cumprir o seu real e fundamental papel em nossa sociedade, e para tanto, eles e os seus filiados deveriam ser sempre fiéis aos seus princípios, sempre seguindo a sua filosofia interna de postura e ações, ou que deles saiam se delas não concordarem. Há casos no Brasil em que fundadores de partidos políticos, fiéis à suas origens, por haver modificações na filosofia de ação interna com as quais não concordam, deixam suas fileiras em nome de poder deitar e dormir tranqüilos com sua consciência. São pessoas que deveriam merecer nosso respeito, mesmo que não concordemos com suas ideologias. São essas pessoas que o povo precisa, mas em função de lutarem por ele (o povo) não tem lugar no seu partido original.
O povo deveria votar em um determinado partido e em seus representantes pelas propostas e filosofias preconizadas por eles e, assim, ter maior facilidade de cobrar-lhes no futuro.
O grande problema é que nós continuaremos a não ter aquilo que merecemos da maioria dos nossos representantes e dos partidos existentes e a razão é muito simples, não existe interesse geral em nos atender. Devemos torcer para que apareça (e não é raro) uma pessoa trabalhadora, que tenha bons princípios e que esteja acima de tudo isso para poder fazer um pouco do papel do beija-flor em nossa sociedade.

Edgard Jardim Rosa Junior – Professor da FCA/UFGD

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