Foto: Marcos Vasconcelos/ PMC.

Eles são de quadrilhas diferentes, mas o amor pelo São João é um só. Do chão branco ao céu colorido por bandeirinhas

A dançarina e o marcador rodam no mesmo ritmo. Gritam com o mesmo fervor. Batem no peito com a mesma garra. A vontade de vencer é gêmea nos dois. Toma o tablado inteiro, do chão branco até o céu colorido por bandeirinhas. Só que a jovem se despede, enquanto o rapaz volta a viver um sonho.

Pisar no Quadrilhódomo é um sonho cheio de cor. É uma festa de cheiros. De gente. Das alegrias e das felicidades. Mas também uma festa banhada pelo suor. Pelas horas intermináveis de ensaios meses a fio. Pelos calos nos pés minutos antes de a sanfona dar o primeiro acorde. Por tudo quanto represente a perseverança. Da oração coletiva ao grito de guerra.

O festejo é de todos. É da criança com trancinha e sarda pintada pelo pai. É da senhorinha com o pé enfaixado, mas toda animada pra ver o casamento matuto. É da menina dividindo uma maçã-do-amor com o namorado. E por isso é também da Talita Brunela, nascida Francisco Tadeu de Araújo Brandão.

Aos 24 anos, 18 dos quais vividos em trajes típicos todo junho/julho, ela dá adeus aos holofotes dos quadrilhódomos. Vai para os bastidores coordenar os colegas. “Eu comecei a dançar quadrilha tinha seis anos, na escola. Nem sabia direito o que acontecia, mas amava o São João. É o amor que me move.”

É nesse amor que ela sublima toda dificuldade. Que a faz ter certeza de que esse é o melhor período do ano. E que os festivais municipais de quadrilha de Caucaia são os melhores do mundo. “Foram 18 anos de luta, de dor, de tristeza e de alegria. Tudo por um só ideal: dar o melhor em quadra. Foi aqui onde dancei o meu primeiro festival profissional. Isso aqui é um sonho pra gente.”

Um sonho compartilhado por quem depois de anos voltou a pisar num quadrilhódomo. O quadrilhódomo do I Chitão de Caucaia, iniciado nessa terça-feira (27/6). Foi a apresentação acabar pra Regivaldo Araújo, o Régis, cair no choro. De emoção. De cansaço. Mas principalmente de orgulho. Ao ponto de os companheiros abandonarem as duplas para o abano e o abraço do presidente-marcador.

A lágrima era uma síntese. Foram seis meses de ensaio resumidos em 35 minutos de apresentação. Dias sem dormir direito. Sem comer direito. A ansiedade do antes e o orgulho do durante. “A gente lutou muito pra estar aqui. Quem vê tudo pronto nem sonha como é difícil, como a gente se sacrifica… E voltar aqui [no antigo CSU, onde acontece o I Chitão de Caucaia] depois de tanto tempo é uma emoção muito forte”, diz Régis.

Informações: Ascom/PMC

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