Artigo
A sociedade brasileira está,
felizmente, aprendendo com muito sacrifício a participar e decidir
politicamente o seu próprio destino! Ao longo de mais de 500 anos, as classes
dominantes negaram à população brasileira a possibilidade de poder discutir,
participar, divergir e propor. Recentemente, o golpe militar de 1964
interrompeu as mobilizações e organizações sociais por quase três décadas,
reprimindo, prendendo, exilando e, até, eliminando, os cidadãos brasileiros.
Ainda no século XX, com a
redemocratização do país, o Brasil conseguiu elaborar uma Carta Magna cidadã,
realizar eleições em todos os níveis dos entes federativos e criar instrumentos legais que garantem a efetiva participação do cidadão. Em nível,
eleitoral, a expressão mais significativa simbolicamente ocorreu com a eleição
de um torneiro mecânico, Lula, eleito presidente da República.
Neste de ano de 2012, mais uma
vez a população acima de 16 anos, legalmente apta a votar, é chamada para
eleger os membros das Câmaras de Vereadores e chefes do poder Executivo
municipal. Contrariamente aos períodos de exceção, na democracia o cidadão
exercendo o direito de votar, torna-se corresponsável pelo seu ato, delegando a
um representante o poder de legislar e administrar o seu município.
Esse aprendizado não tem sido
fácil! Isto é constatado na ausência do exercício da democracia, expresso na
falta de formação e informação política, no conhecimento sobre os direitos de
cidadania; e, mais ainda, as experiências dos eleitos no exercício do poder não
corroboram para uma educação da prática cidadã.
Mas essa realidade não justifica
a apatia, omissão ou conivência do eleitorado para com as práticas de
manipulação, distorção, utilização e transformação do voto em moeda de venda e
troca. Até porque, as consequências recaem sobre a mesma sociedade, com a
ausência de assistência à saúde, à educação, infraestrutura e bem estar social
da população.
Constata-se ainda que, ao mesmo
tempo em que a sociedade avança em seus mecanismos de participação e controle
institucional, o processo de conscientização política é lento e fragmentado.
Pode-se identificar que, o direito conquistado legalmente e formalmente ainda
não ocorre em nível da compreensão e participação para maioria da população
brasileira.
A história está em curso. Não tem
alternativa: é trocar o pneu com o carro em movimento! O mais importante foi
garantido: os instrumentos de participação democrática estão disponíveis. Cabe
às instituições sociais e educacionais, movimentos populares, partidos
políticos e cada cidadão em particular, trabalhar na conscientização e
importância do voto cidadão.
O Carlinhos Cachoeira e o senador
Demóstenes não saíram do nado! Foram produzidos e alimentados social e
eleitoralmente, inclusive pela mídia! Na hora de votar, o eleitor pense no bem
da comunidade e no futuro das próximas gerações! Que o seu voto faça a
cidadania avançar! – (Jorge Vieira – Jornalista)

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here