Passado um mês da realização da consulta pública sobre a divisão do Estado para a criação de duas novas unidades federativas – Carajás e Tapajós – o Pará luta para apagar as cicatrizes da campanha e para tornar-se mais unido e forte na luta por mais recursos que possam melhorar as condições de vida de todas as regiões. A tarefa não será fácil.
Zenaldo Coutinho

Nas regiões que lutaram pela divisão, o movimento separatista sobrevive e a vitória esmagadora do sim em algumas cidades revelou a necessidade de mais investimentos públicos nas regiões mais distantes da capital.

O deputado federal Zenaldo Coutinho (PSDB), que presidiu a frente contra o Estado de Carajás, diz que considerou o resultado do plebiscito uma grande vitória. “A unidade do Pará foi mantida. A inalteração do território foi um resultado positivo”. Segundo o deputado, que é do mesmo partido do governador do Estado, Simão Jatene, a campanha divisionista não alterou os rumos dos investimentos públicos. “O governo já tem historicamente a preocupação de levar o desenvolvimento a todo o Estado. O plebiscito não teve o condão de mudar isso”, disse.

Para Zenaldo, o momento atual é de união para garantir mais recursos para o Estado, essa sim a solução para os graves problemas que afligem a população. “Precisamos ter um esforço adicional em Brasília. Espero que com o início do período legislativo, a gente forme uma frente de pressão para demonstrar a necessidade de justiça tributária”, diz Coutinho referindo-se principalmente à lei Kandir que livrou as exportações do pagamento de impostos estaduais prejudicando os Estados exportadores, caso do Pará que segundo as estimativas oficiais tem acumulado perdas anuais em torno de R$ 1,5 bilhão, o equivalente a 10% do orçamento do Pará.
Apesar de a lei prever compensações aos Estados, os recursos transferidos não chegam a 10% das perdas.
“Essa constatação (dos problemas causados pela lei Kandir) já é antiga entre as lideranças políticas, mas ganhou força junto à população, graças ao plebiscito”, disse.
O deputado estadual João Salame (PPS), que presidiu a frente em defesa da criação do Estado de Carajás, diz que “nada mudou com o plebiscito”.
“Continuamos com os problemas de sempre”, diz Salame, afirmando que a campanha trouxe à tona os problemas do Estado. “Tecnicamente, estamos em situação crítica, sem capacidade de investimento”, afirma o deputado para quem “o cenário não é animador”. “Temos muitos problemas nas áreas de saúde, educação e segurança”.
com informações: Diário do Pará


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