Canetas injetáveis para obesidade e diabetes entram no mercado com produção 100% nacional
Conhecidas como o “Ozempic brasileiro”, por utilizarem o mesmo princípio ativo que o medicamento original, as versões nacionais foram desenvolvidas pelo laboratório EMS e têm como foco o tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2.
As primeiras canetas injetáveis fabricadas no Brasil para o tratamento de obesidade e diabetes tipo 2 chegaram às farmácias nesta segunda-feira (4), marcando um avanço importante para a indústria farmacêutica nacional. Os medicamentos Olire e Lirux, desenvolvidos pelo laboratório brasileiro EMS, são produzidos em uma planta industrial inaugurada no ano passado em Hortolândia (SP).
De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a obesidade poderá atingir 48% da população adulta até 2044, e outros 27% poderão ter sobrepeso. Hoje, os índices são de 34% e 22%, respectivamente. Entre crianças de até 10 anos, mais de 3,1 milhões já convivem com a obesidade, segundo o Ministério da Saúde. A diabetes tipo 2, por sua vez, segue em crescimento, pressionando o sistema de saúde pública e privada.
As canetas Olire e Lirux são compostas por liraglutida, molécula da classe dos análogos ao GLP-1, hormônio que regula a glicose e promove saciedade. Elas foram desenvolvidas após o fim da patente de medicamentos como Saxenda e Victoza, da dinamarquesa Novo Nordisk. A EMS, embora líder no mercado de genéricos desde 2013, não classifica os novos produtos como genéricos, pois utilizam tecnologia inovadora de síntese química de peptídeos.
A EMS estima distribuir 250 mil unidades das canetas até o fim de 2025, começando pelas regiões Sul e Sudeste. A comercialização exige receita médica retida pela farmácia, conforme norma da Anvisa. O acompanhamento profissional é indispensável para garantir a eficácia e a segurança do tratamento.
“Estamos consolidando a capacidade do país de desenvolver e fabricar medicamentos de alta complexidade, com tecnologia própria e competitividade global. Este movimento fortalece nossa liderança e amplia o acesso a terapias modernas. Em até oito anos, projetamos gerar cerca de US$ 2 bilhões em receita no exterior e outros US$ 2 bilhões no Brasil, consolidando a EMS em mercados estratégicos.” Carlos Sanchez, presidente da EMS.
A EMS já trabalha no desenvolvimento de um novo produto à base de semaglutida — princípio ativo do Ozempic — com lançamento previsto para o fim de 2025, logo após o vencimento da patente do medicamento original em 2026. Com isso, a empresa avança na fronteira da inovação farmacêutica brasileira.
Os produtos serão vendidos inicialmente nas redes Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco, principalmente nas regiões Sul e Sudeste.
A expectativa da EMS é distribuir 250 mil canetas até o fim de 2025 e chegar a 500 mil unidades até agosto de 2026.




































