Esquema foi detalhado pelo engenheiro Dario Rodrigues Leite Neto, ex-diretor da empreiteira, durante delação premiada da Operação Lava Jato, na última quarta-feira 
Emissão de notas fiscais falsas, referentes a obras em São Paulo e no Sul do Brasil. Era dessa forma que a Andrade Gutierrez abastecia o “departamento de propina” da empresa, responsável por repassar dinheiro a agentes públicos e para caixas dois.

A “tesouraria” contava com dinheiro em espécie, que era operado pelo doleiro Adir Assad, preso desde agosto do ano passado. Segundo o depoimento de Leite Neto, ele indicava ao gerente Marcelo Seabra de Mello, que também é delator, o valor das notas frias emitidas em nome das empresas ligadas a Assad.

Dias depois, Samir Assad ou Marcelo Abbud, operadores ligados a Adir, iam à empresa para devolver os recursos em dinheiro vivo, mas com desconto que variava entre 18% e 20%, referente a impostos e a uma “taxa” cobrada por Adir Assad.

Cada obra de São Paulo e Sul tinha um percentual variável, a depender da rentabilidade da obra, para escolha da emissão de notas fiscais que resultariam na formação do caixa dois”, afirmou Leite Neto, que disse ter recebido orientação da diretoria financeira para agir de tal forma.

Ainda de acordo com a versão de Leite Neto, o responsável por receber o dinheiro vivo era o administrador José Geraldo de Lima, que também passou a colaborar com as investigações. O dinheiro abastecia a propina paga em outros Estados, como o Rio.

“Mesmo antes de a Andrade Gutierrez fixar sede no Rio (em 2010), o dinheiro gerado com o caixa dois pelo esquema Assad também era encaminhado ao Rio”, disse o ex-diretor em depoimento. 

Informações: Folha de SP

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