Por Luiz Cláudio Ferreira Barbosa

O deputado federal, Capitão Wagner (PROS), deverá ser beneficiado pelo alto índice de aprovação popular do auxílio-emergencial nos bairros pobres de Fortaleza

O cidadão fortalezense que não tem nenhuma renda fixa, somente sobreviveu nos últimos meses através da ajuda financeira do Governo Federal, na criação de uma renda mínima até o final do ano, em função da pandemia do Covid-19. A iminência da fome é o principal problema nas periferias da capital cearense.

O peso dessa nova equação política-eleitoral poderá ser evidenciada no bom desempenho nas urnas do único pré-candidato oposicionista a prefeito de Fortaleza, que é próximo o bastante do presidente da República (Jair Bolsonaro), como também tem o apoio quase absoluto do eleitorado de centro-direita e de direita, no pleito eleitoral de Fortaleza de 2020. A frente partidária (PROS-PODE-PSC-PMN-Avante-DC-PTC-PMB) anti-Roberto Cláudio é reconhecida como a única alternativa política-eleitoral viável próxima ao presidente Jair Bolsonaro, com condição de receber o voto do simpatizante do programa social e econômico conhecido como auxílio-emergencial.

O legado administrativo dos dois mandatos (2013-2020) do prefeito Roberto Cláudio (PDT), sem dúvida é algo extraordinário na história de Fortaleza. Roberto Cláudio não tem como nesse primeiro momento, implantar uma política pública semelhante ao auxílio-emergencial, para as famílias miseráveis das periferias de Fortaleza. A prefeitura de Fortaleza teria muita dificuldade para tecer elogios a principal bandeira política-administrativa do Governo Federal. O peso do discurso anti-bolsonarista nesse momento irá cobrar o seu preço alto a retórica política-eleitoral do ex-governador Ciro Gomes (PDT) e do prefeito Roberto Cláudio, no eleitorado fortalezense. É preciso a compreensão desse cenário favorável ao auxílio-emergencial perante a sociedade civil, que somente foi identificado no final da primeira quinzena de agosto, em função das pesquisas de opiniões públicas.

O coordenador do PDT nas campanhas municipais no Ceará, o senador Cid Gomes, deveria centralizar as suas ações no município de Fortaleza, num diálogo permanente, com os seguintes partidos aliados: PSB, PC do B e Cidadania. Essas agremiações partidárias do mesmo campo democrático do PDT, na capital cearense, não poderão retirar as suas pré-candidaturas a prefeito de Fortaleza, no final do prazo do calendário eleitoral, para as convenções: Alexandre Pereira (Cidadania), Élcio Batista (PSB) e Anízio Melo (PC do B). Cid Gomes tem a certeza do apoio dos seguintes partidos e os seus diretórios estaduais ao seu candidato a prefeito de Fortaleza: PSD, Progressista, PL e PTB. Porém, as direções nacionais dessas agremiações partidárias citadas são neobolsonaristas, isso deveria acender a luz amarela no núcleo duro cirista-robertista.

A pré-candidatura a prefeito de Fortaleza, Capitão Wagner, tem patamar mínimo de 35% dos votos válidos projetados nas pesquisas de opinião pública, para o primeiro turno do pleito eleitoral de Fortaleza de 2020. Capitão Wagner tem noção da necessidade do apoio do pré-candidato a prefeito de Fortaleza do Solidariedade, o deputado estadual Heitor Férrer, no primeiro turno ou segundo turno, para ser eleito, como prefeito da capital cearense. Heitor Férrer (SD) tem patrimônio eleitoral de 8% até 10% dos votos dos fortalezenses, esse fato o torna o único obstáculo real a vitória do Capitão Wagner, no primeiro turno. O presidente estadual do Novo, o empresário Célio Fernandes, deveria ser convidado por Capitão Wagner, para um bom bate-papo republicano, numa cafeteria de Fortaleza. O Novo não deverá apoiar a candidatura do PROS, contudo, é o começo de uma boa relação institucional.

O auxílio-emergencial é o principal motivo da federalização do pleito eleitoral de 2020, em Fortaleza, num claro detrimento do debate político-eleitoral aos moldes de políticas públicas municipalistas. A campanha eleitoral do Capitão Wagner (PROS) simplesmente vai se moldar a onda positiva da política pública do auxílio-emergencial nos bairros pobres de Fortaleza, com os recursos financeiros do Governo Federal. O medo da fome mudou o grau de necessidade prioritária , do cidadão fortalezense, nessa eleição municipal, com isso é necessária a readaptação das candidaturas a prefeito de Fortaleza do bloco governista do prefeito Roberto Cláudio (PDT), para a pauta da crise alimentar, sem dúvida o tempo é muito curto de acordo, com o calendário eleitoral.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here