Leilão de quatro usinas que pertenciam à Cemig ampliou um pouco mais a presença do investidor privado na geração

A iniciativa privada já detém 60% da capacidade de geração de energia instalada no país, além de 39% da transmissão (que interliga o sistema) e 71% da distribuição (que entrega a energia ao consumidor final).

O levantamento é da Thymos Energia. O leilão de quatro usinas que pertenciam à Cemig, nesta quarta-feira (27), ampliou um pouco mais a presença do investidor privado na geração. Antes, sua fatia era de 59%.

Quando se olha a história do setor, esse avanço privado na geração simboliza novos tempos e indica que serão os estrangeiros os principais investidores daqui para frente. A privatização da área de energia ocorreu nas empresas de distribuição, a partir de 1997, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Na época, forte resistência política e de servidores públicos inviabilizaram a privatização das usinas de geração.

A expansão da geração na última década, porém, ocorreu com leilões à iniciativa privada. A maioria teve como vencedor grupos locais como Odebrecht e Camargo Corrêa, que acabaram investigadas na Operação Lava Jato.

“Os grupos nacionais com maior presença na geração são empreiteiras. Por isso nenhum brasileiro se apresentou no último leilão. A tendência é que os estrangeiros aumentem a participação no Brasil”, diz Ricardo Lima, consultor da área.

Dos 40% ainda em poder de empresas públicas, 35% são da Eletrobras, que o governo estuda como privatizar.

Com o leilão, a francesa Engie (antiga Tractebel) ampliou a liderança como a maior privada da área de geração. A Engie tem capital aberto na Bolsa brasileira e faturou R$ 7 bilhões em 2016.

O seu primeiro negócio no Brasil foi a compra da Gerasul, braço de geração da Eletrosul, em 1998. No leilão da semana passada, passou a deter 6,8% da geração.

“Adquirir as usinas é uma oportunidade para levantar mais capital, o que estudamos fazer via debêntures”, diz Gil Maranhão, diretor de estratégia da Engie.

No leilão de quarta, ainda levaram usinas a italiana Enel e a chinesa SPIC. A última tinha, até então, só dois parques eólicos na Paraiba.

Outras estrangeiras são destaque no país, como a Enel (antiga Endesa Brasil), que comprou a concessão da Celg-D, de Goiás, em 2016, e controla distribuidoras do Rio de Janeiro e Ceará. “Engie e Enel são empresas já enraizadas no Brasil”, diz Cláudio Sales, presidente do Instituto Acende.

Com informações: Folhapress.

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